O turismo é uma actividade sócio-económica que tem vindo a registar, principalmente depois da II Guerra Mundial, um crescimento acentuado a nível mundial que se equipara a indústria automobilística e de petróleo. Moçambique, pela sua natureza geográfica é um dos países que verifica um crescimento considerável do sector turístico. O numero de chegadas de turistas e bem como de investimentos no sector mostram esse crescimento.
Os recursos naturais (praias, montanhas, fauna, flora, outros.) e culturais (história, gastronomia, danças, monumentos, outros.) ajudam a captar investidores e turistas para o país. O município de Inhambane é um dos mais importantes pontos de “captação” de turistas, nacionais e internacionais, que o país possui. A sua diversidade de recursos, motiva a chegada de grandes massas de visitantes que almejam vivenciar momentos de lazer, descontracção, aventura; facto verificado no último verão (Dezembro principalmente), onde cidadãos moçambicanos e de outros cantos do mundo lotaram este município durante a passagem de ano.
Infelizmente, o desenvolvimento da actividade em muitos municípios de Moçambique e neste em particular não tem estado a seguir a planificação integrada, pois começam a verificar-se impactos adversos (negativos) tanto para os residentes locais e bem como para o meio natural. O descaso e desrespeito as leis nacionais existentes ocorre sem que as autoridades competentes consigam intervir no sentido de ninguém sair prejudicado pelo desenvolvimento do turismo. Entre os vários impactos negativos podem-se verificar-se os seguintes impactos para os residentes: a) meio social: custo elevado dos produtos básicos para sobrevivência como alimentos, subida constante de alojamentos (incluem terrenos para construção) e transporte, poluição sonora, proliferação de drogas tanto nas praias e na área urbana, entre outras; b) meio natural: circulação de viaturas e consequente destruição de ecossistemas naturais, mergulho sem fiscalização que poderá estará a ocasionar a destruição dos recifes, proliferação de doenças decorrentes do despejo impróprio de lixo como a malária por exemplo, probabilidade de esgotamento e/ou poluição de recursos hídricos do lençol freático decorrentes do crescimento de habitações e unidades de alojamento descontrolado na área das praias, entre outras.
Espera-se maior atenção de quem de direito para esta questões se quizer-se que o município de Inhambane continue a ser um destino promissor para satisfazer os turistas nacionais e internacionais e bem como os investidores. Cobra-se maior responsabilidade sócio-económica e ambiental dos investidores para garantir que a imagem do destino não se desfigure. Lembrar que esta actividade tem ciclos e fases e se hoje esta em alta sem planificação, poderá estar melhor ainda com a planificação e bem como que poderá entrar em declínio se permanecer o descaso em relação a assuntos cruciais que podem minar este desenvolvimento. É importante que as partes (município, investidores, população local, organizações da sociedade, academia, órgãos representativos do governo, outros) sentem e comecem a dar maior atenção a planificação dos nossos destinos turísticos de modo a podermos tornar Moçambique um destino de excelência na região e no Mundo. Aprender com os erros dos outros que já vêem desenvolvendo, a séculos, esta actividade e não repetir os mesmos erros deve ser a filosofia actual e é importante também saber, no sector público e privado, dar oportunidade e importância, principalmente aos que se qualificam neste sector, pois mais que ninguém entendem as necessidades do sector e os mecanismos de gestão e planificação que podem ajudar a melhorar a situação actual do turismo nacional.
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