sexta-feira, 15 de maio de 2015

ESHTI organiza o I Workshop sobre trocas de experiências para intervenção na agricultura no município de Inhambane/Moçambique

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane (ESHTI) organiza, em parceria com o Conselho Municipal da cidade de Inhambane, o I Workshop sobre trocas de experiências para intervenção na agricultura. Este encontro irá acontecer nas instalações da ESHTI entre os dias 18 e 20 de Maio do corrente ano. Prevê-se que 40 participantes, incluindo associações de agricultores, extensionistas, organizações-não governamentais, representantes do governo provincial e municipal, docentes universitários e estudantes, participem desta iniciativa. O workshop será um encontro entre os sujeitos e instituições envolvidas na actividade agrícola e turística do município de Inhambane. Este será um espaço para diálogos e formações relacionadas a planificação e gestão de estratégias que visem à resolução dos principais desafios enfrentados pelos produtores rurais do Município de Inhambane.
Inhambane é um destino turístico que depende de importações de alimentos diversos, da cidade de Maputo e do país vizinho, a África do Sul. Este facto encarece os custos do preço do alimento e consequentemente do turismo, facto que limita, em parte, o desenvolvimento local. Sendo Inhambane um local com potencial para práticas agrícolas, vislumbra-se que este encontro possibilite maior fortalecimento dos agricultores para gerar mudanças de paradigmas que inibem o desenvolvimento turístico e local. Este evento insere-se no âmbito de um projecto de mobilidade-internacional que a ESHTI têm com o Instituto de Estudos Sócio-Ambientais- Universidade Federal de Goiás intitulado “Sementes crioulas, quintais agro-ecológicos e cooperação popular: troca de saberes e experiências de economia criativa do cerrado brasileiro e savanas em Moçambique”. A ideia central deste projecto é a de trocas de experiências sobre as boas práticas que são desenvolvidas no Brasil e em Moçambique, no campo da agro-ecologia, e estimular tais práticas, principalmente, no município de Inhambane. A promoção de feiras, o estimulo a produção sem agro-tóxicos, o estimulo a aquisição de produção local, o ensino de conhecimentos sobre marketing/técnicas de comercialização e sobre gestão financeira, o levantamento de dados para gerar conhecimento para planificação,técnicas de conservação de sementes, entre outras acções, constituem metas que estão a ser desenvolvidas pelos envolvidos no projecto. Desde o inicio do projecto, no ano de 2014, já aconteceram intercâmbios de estudantes e docentes das duas universidades. Neste momento dois estudantes intercambistas brasileiros e co-autores deste workshop estão em Moçambique/Inhambane e dois estudantes e um docente moçambicanos estão no Brasil/Goiânia a participar de várias actividades relacionadas ao projecto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Agraciar a iniciativa levada a cabo pelas instituições que englobam o projecto em promover o workshop. Que o projecto seja contínuo para que mais associações sejam integradas na troca de saberes.
Gostaria de frisar em primeira instância que, a terra moçambicana é propriedade do estado, assim como a agricultura é a base para desenvolvimento, mas a agricultura em Moçambique, particularmente em Inhambane é praticada maioritariamente pelas famílias, razão pela muita das vezes a produção é de subsistência, e quando “resta” algum excedente principalmente nas épocas de picos da produção agrária, o mesmo é lavado para o mercado. Será que esse excedente é suficiente ao ponto responder a procura de produtos agrários pela cadeia hoteleira do município? Lavando em consideração o facto de Inhambane ser um destino turístico que depende de importações de alimentos diversos, será que a agroecologia é a solução para a redução da dependência do município pele mercado externo?
Me parece falacioso referir que a promoção de feiras, o estímulo a produção sem agrotóxicos, o estímulo a aquisição de produção local, o ensino de conhecimentos sobre marketing/técnicas de comercialização e sobre gestão financeira, o levantamento de dados para gerar conhecimento para planificação, técnicas de conservação de sementes vai reduzir a dependência do município pela cidade de Maputo e da África do Sul sem no entanto atacar em primeiro lugar a segurança alimentar das famílias. Acho que primeiro a agroecologia deve garantir a segurança alimentar das famílias, depois poderá se seguir para o mercado, ou seja, a disponibilidade de alimentos em todos tempos por todos elementos das comunidades. É um desafio a ultrapassar-se.
Desejo a todos participantes uma boa lucubração!

Helsio Azevedo disse...

Obrigado pelo encorajamento. O encontro foi muito produtivo. Despertou um outro olhar sobre a forma de produzir e comercializar na agricultura neste município. As nossas propostas de temas para este encontro foram geradas por um diagnóstico rápido que foi feito. As temáticas que foram destaque neste evento não se esgotam e existem outras possibilidades de assuntos a repassar aos agricultores associados que foram o foco deste evento. Nossa vontade e missão e continuar a transmitir conhecimento que agregue valor aos agricultores e sabemos que não é a curto prazo que iremos reverter o cenário da dependência. Sentimos que o paradigma instituído é nocivo ao desenvolvimento local e devem ser desenvolvidos esforços para sua mudança. Seu contributo, neste debate, prezado anónimo, é deveras importante. Aproxime que queremos suas ideias.